Como vamos viajar depois da Pandemia?
Esta é uma pergunta que tem assombrado muita gente, pois efectivamente, nada será como dantes!
Pensar em viajar depois da Pandemia, é para muitos de nós (se não todos) uma incógnita. Pois, não sabemos o que vai resultar no final de tudo isto, em termos de restrições, vistos, etc.
O que vai então mudar?
Enquanto não sabemos que mudanças irão efectivamente ocorrer para podermos viajar depois da Pandemia, Steve Brock, da Nat Geo, escreveu um artigo, entrevistando vários especialistas, sobre 8 mudanças de comportamento na forma como vamos viajar depois da Pandemia.
Com os casos de coronavírus a aumentarem pelo mundo inteiro, os viajantes por esse Mundo fora viram-se forçados a permanecer em terra. Embora as viagens de avião não estejam completamente canceladas,“ o fantasma da quarentena obrigatória” paira, assim que se pensa em marcar uma viagem internacional. Assim a maior parte dos viajantes vai permanecer em espera até que seja seguro voltar a cruzar fronteiras.
Quanto tempo mais vamos ter de esperar?
Honestamente, ainda ninguém sabe.
Alguns países já avançaram com o plano de vacinação, mas a verdade é que, e segundo Elizabeth Becker – Autora de Overbooked: The Exploding Business of Travel and Tourism – a pandemia “dizimou da noite para o dia uma indústria de 8 biliões de dólares”. “Os pilares essenciais das viagens globais do Século XXI – fronteiras abertas, destinos sem restrições e viagens sem visto – não irão regressar no curto prazo, ou até mesmo a médio prazo.
O que significa isto para o futuro dos agentes de viagem?
Segundo Bruce Poon Tip, fundador da agência de Viagens Aventura G Adventures, afirma que não só iremos viajar novamente, como as viagens vão ser ainda melhores. Bruce ainda acredita que as viagens podem ser o maior distribuidor de riqueza que o mundo já viu. Esta pausa dá-nos a bênção do tempo para reflectir sobre como viajar de forma mais consciente, refere ainda Bruce.
Quais são então as 8 mudanças de comportamento que se prevê acontecer num Mundo pós-Pandemia?
Viagens mais sustentáveis
Esta é considerada uma das boas coisas da Pandemia. Os consumidores estão a focar-se na sustentabilidade de modo geral, e as viagens não ficam de fora.
Cada vez mais, passaremos a ser “cidadãos preocupados” em vez de apenas “turistas”.
Vamos valorizar mais o que é real e autentico, exigindo políticas responsáveis nas viagens. Por outro lado, as empresas terão de responder com medidas activas de sustentabilidade em detrimento dos lucros.
Viagens mais inclusivas
Este é um tópico que já vem ganhando palco no mundo das viagens. Hoje em dia vemos cada vez mais manifestações por “aqueles que são diferentes”. É importante ter em conta que não somos todos os iguais, mas todos temos os mesmo direitos.
Cada vez mais os agentes turísticos compreendem que pessoas com deficiência, LGBT, obesos, de cor, ou qualquer outra “diferença” tem o direito de usufruir das mesmas actividades nas mesmas condições de todas as outras pessoas.
É, cada vez mais impensável, pensar que uma pessoa cega não pode viajar porque os seus fornecedores, não tem acesso a alternativas em Braile ou em áudio, que o permitam usufruir da sua viagem nas mesmas condições de uma pessoa sem incapacidade.
Destinos menos conhecidos ganharão mais importância
Certamente sabemos, como viajantes que, causamos um impacto muito mais positivo visitando uma pequena região de que uma mainstream. Basta pensar neste exemplo: onde terá mais impacto o gasto do teu dinheiro: em Lisboa ou no Gerês?
Assim, após a pandemia será inevitável a mudança deste comportamento em muitos de nós. Muitos decidirão abandonar por completo destinos mainstream, de modo a evitar aglomerações, para escolherem destinos menos conhecidos. A este fenómeno podemos chamar de Slow Travel e pessoalmente esta é uma das formas que eu mais gosto de viajar.
É imperativo que diversifiquemos os nossos destinos turísticos, de modo a tornarmos as viagens num grande motor de sustentabilidade mundial, e evitarmos o turismo de massas (muitas vezes causadores de destruição e dependência das regiões) e ajudarmos os lugares que realmente precisam.
Qualidade VS Quantidade
Iremos reajustar as chamadas “bucket-lists”.
Pois, vamos perceber (se não o percebemos já) que as viagens são um privilégio que nos pode ser retirado a qualquer momento.
Assim, prevê-se que cada vez mais viajemos intencionalmente e menos vezes. Vamos dar prioridade à qualidade da nossa escolha e à recompensa que essa viagem nos vai trazer emocionalmente.
Estaremos dispostos a passar mais tempo num País que realmente gostamos ou nos identificamos em vez de, por exemplo, fazer uma espécie de interrail e visitar vários países, superficialmente.
O regresso das Roadtrips
Este ano o Autocaravanismo ganhou adeptos. Aliás, muitos adeptos em todo o Mundo.
Quando nos foi impossível de viajar internacionalmente muitos se viraram para as viagens de carro e para o Autocaravanismo.
Numa perspectiva pessoal, viajar de carro tem tudo a ver com a celebre frase “o importante não é o destino, mas sim a viagem”.
Prevê-se que seja um regresso que veio para ficar, pelo menos por uns tempos.
Os agentes e consultores de viagens vão ser essenciais.
Nunca os agentes de viagem foram tão importantes como este ano.
Afinal, muitos de nós se aperceberam da segurança e apoio que temos ao reservar com um agente licenciado. A experiência, conhecimento e protecção financeira que advém deste tipo de reservas, supera e muito, o valor pago em comissões.
Como a tendência, é a procura por destinos menos conhecidos aumentar, é também expectável que cada vez mais se procurem agentes de viagem para ajudarem nessa escolha.
Vamos apreciar as férias de uma outra forma
Contudo, durante a pandemia foram vários os bloggers ou consultores de viagem que inovaram na arte de “viajar sem sair de casa”.
Um deles foi o Gonçalo Cruz do Viajantes Minimalistas. Durante a pandemia, o Gonçalo, criou várias “séries” de vídeos com temáticas relacionadas com viagens, convidando bloggers e líderes de viagem por esse País fora.
Assim, milhares de pessoas viajaram sem sair de casa, mantendo viva a esperança de que um dia também elas irão passar por aquelas histórias.
No momento em que estamos confinados em casa, um passeio na rua já é considerado uma viagem. Começamos a dar valor e a sentir saudades de coisas que dávamos como adquiridas.
Planear viagens vai voltar a ser uma alegria
No momento em que possamos novamente planear livremente uma viagem vai ser um momento único.
Se para quem gosta de viajar, planear uma viagem já era uma alegria imensa, então agora vai ser ainda muito maior.
Por certo, aqueles que consideravam as viagens como um dado adquirido, vão agora vê-las como uma dádiva.
E tu quando vais marcar a tua próxima viagem?