Guimarães, essa cidade cheia de história e cultura que tem como orgulhoso cognome a “Cidade-Berço”.
Quem visita Guimarães raramente fica indiferente à sua beleza histórica e arquitectónica encontrada no centro histórico, que em 2021 celebrou 20 anos de Património da UNESCO.
Porém, quem a visita fica tão ou mais encantado com as suas gentes. Com o seu orgulho em pertencer a uma cidade pequena, no entanto, enorme!
O espírito bairrista, o facto de as gentes locais serem encontradas em todos os locais quer sejam eles turísticos ou não, fazem com que, para o turista, seja muito fácil conviver e perceber como se passa a vida em Guimarães.
Então, pronto para descobrir tudo sobre Guimarães?
Colina Sagrada / Monte Latito
O Seu ex-libris e maior motivo de orgulho de todos os vimaranenses é sem dúvida o seu Castelo.
Bastante bem preservado, teve como “tarefa” principal, a protecção da vila (ou seja, é uma fortificação militar). Daí estar localizado na parte alta da cidade, também denominada de Colina Sagrada ou Monte Latito.
Porém, para o visitar é necessário desembolsar 2 Euros. Uma vez no Castelo, a melhor parte é percorrer os passadiços junto as ameias e ver a cidade em várias panorâmicas.
Também localizado na Colina Sagrada, encontramos o Paço dos Duques (residência oficial do PR no Norte de Portugal). É o Monumento Nacional mais visitado no Norte de Portugal. Tendo sido construido para habitação própria, acabou por cair em ruínas, até que Salazar mandou fazer uma enorme intervenção que durou cerca de 22 anos, ficando com o aspecto que tem hoje.
Assim, se olhares atentamente para a fachada, consegues decifrar a parede original da que foi intervencionada.
Uma vez no interior, para além da parte dedicada à residência oficial do PR (não visitável), podemos encontrar inúmeras salas com tapeçarias, mobiliário e objectos de batalha que datam desde o Século XVII. O claustro e capela são dignos da sua visita.
Contudo, para visitar é necessário adquirir um bilhete que tem um custo de 5 Euros.
Dica – Para saberes tudo sobre os monumentos e museus que necessitam de bilhete, recomendamos que visites este site, pois existe a opção de bilhetes combinados para várias atracções da cidade.
Igualmente, na Colina Sagrada, encontramos ainda a Capela de S. Miguel. Envolta em misticismo, é crença dos vimaranenses que Afonso Henriques foi batizado ali.
E assim acaba a nossa volta pela parte alta da Cidade.
Centro Histórico de Guimarães
A parte alta da Cidade e a parte baixa da Cidade estão ligadas pela rua de Santa Maria. Uma das ruas mais antigas da cidade, pois ligava o convento fundado pela Condessa Mumadona (localizado onde hoje se encontra a Igreja da Oliveira) ao Castelo.
Por isso, ao longo desta rua encontramos vários testemunhos arquitetónicos como o convento de Santa Clara (hoje Câmara Municipal), a Casa do Arco, a casa dos Peixotos e a Casa Gótica de Valadares.
Assim, no final da rua encontramos a famosa Praça da Oliveira, com a sua Igreja e o icónico Padrão do Salado.
Aproveita uma das muitas esplanadas, para relaxar e admirar esta pequena, mas tão belíssima praça.
Logo ao lado da Igreja, encontramos o Museu Alberto Sampaio, onde se encontram preciosíssimas relíquias do nosso passado, inclusive o famoso loudel utilizado pelo Rei D. João I na batalha de Aljubarrota, e que este ofereceu e Santa Maria de Oliveira para agradecer a vitória nessa famosa batalha.
Por outro lado, atravessando os arcos, sob o atento olhar do “Guimarães de duas caras”, chegamos à Praça de Santiago. Se olhares para o chão, irás verificar que existe uma parte com lajes de cimento em vez dos paralelos. Era aí que estava localizada a antiga capela em honra a Santiago que deu origem ao nome da praça.
Entretanto, seguimos em direcção ao Largo João Franco, onde encontramos outra das ruas mais importantes de Guimarães – a Rua da Rainha. Esta rua liga uma das sete Portas da Vila à Torre dos Almadas.
Na Torre dos Almadas encontramos uma rua que faz a ligação ao Largo Condessa do Juncal, também conhecida como Feira do Pão.
Dica – Escondida num edifício de escritórios deste Largo, podes encontrar um pedaço da muralha original que circundava a vila e que, ainda hoje, faz parede com muitas casas que se encontram nos limites das muralhas.
No entanto, seguimos pela rua Egas Moniz, também conhecida por Rua Nova, em direcção ao Museu Alberto Sampaio. Nesta rua poderás encontrar uma das casas mais famosas da Cidade – a Casa da Rua Nova.
Chegados a outra Porta da Vila, temos a belíssima imagem de um dos cartões-postal da Cidade – o Jardim de S. Gualter com a homónima Igreja no seu fundo.
E assim saímos do Centro Histórico, para explorar a Cidade extra-muros.
Guimarães Extra-Muros
Em primeiro lugar, partindo então do Jardim de S. Gualter, seguimos pela Alameda de S. Dâmaso, onde os mais velhos confraternizam em conversas animadas, nos bancos do Jardim da Alameda.
Sensivelmente a meio do jardim, do lado esquerdo podemos encontrar uma das mais belas igrejas de Guimarães – a Igreja de S. Francisco.
Também muito perto da Igreja de S. Francisco, podes encontrar a Zona de Couros. Ainda sobre reabilitação, já é possível visitar quase toda esta zona que conta a história dos curtumes vimaranenses.
Contudo, é uma zona da cidade bastante vasta e labiríntica, pelo que recomendamos que tenhas em mente que podes perder aqui um bom par de horas.
Por outro lado, no lado oposto ao Jardim da Alameda, começamos a ter um vislumbre da famosa muralha onde consta a famosa frase “Aqui Nasceu Portugal”.
Logo ao virar da esquina, chegamos ao Largo do Toural onde podes encontrar alguns dos mais antigos comércios de Guimarães – Pastelaria Clarinha, Cervejaria Martins, Café Milenário, Restaurante Oriental e a Casa de Ferragens Ferreira da Cunha.
Assim, atravessando o Largo do Toural, podes optar por seguir pela rua de Santo António (direita) ou pela rua Paio Galvão (esquerda).
Na rua de Sto. António encontramos essencialmente comércio e a casa mais estreita de Guimarães. Apenas te vamos dizer que a podes encontrar do lado esquerdo – fica atento!
No final da rua, à direita encontrarás o Largo dos Laranjais que te levará novamente ao Castelo, pela também famosa Rua Das Trinas.
Dica – Se estiveres nesta rua, não deixes de experimentar os doces tradicionais de Guimarães na Casa Costinhas. Pede uma Torta de Guimarães ou um Toucinho do Céu.
Na rua Paio Galvão encontrarás o antigo Mercado Municipal, hoje convertido na Plataforma das Artes. No interior encontramos exposições permanentes do artista José Guimarães e outras temporárias.
Dica – Se poderes visita a Plataforma das Artes à noite. Prometemos que não te vais arrepender!
Por outro lado, ainda no Largo do Toural, podes optar por subir a Avenida D. Afonso Henriques e visitar o Centro Cultural Vila Flor com os seus magníficos Jardins.
E assim chegamos ao fim deste pequeno roteiro que te permite conhecer, praticamente toda a Cidade de Guimarães.
Se tiveres mais alguns dias disponíveis em Guimarães não percas a oportunidade de explorar o que a natureza tem de melhor.
Para isso vê o nosso artigo Guimarães além do Património.
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